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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Vamos ter de apertar o cinto e já começamos, diz Dilma no ABC Paulista

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 14, que não haverá retrocessos em políticas destinadas a dar suporte à agricultura familiar e à pequena agricultura, mesmo em um ano de crise como 2015. "Se a gente tem que apertar cinto, não é aí que o cinto vai ter que ser apertado. Sabemos que vamos ter que apertar e já começamos a apertar, mas não foi e não será no Plano Safra de Agricultura Familiar", disse a presidente. Ela participa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, do 1º Congresso Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). "O fortalecimento da pequena agricultura no nosso país, da agricultura familiar, dos camponeses e camponesas, não tem retorno, não tem retrocesso, não tem volta atrás", afirmou. Dilma afirmou que 2015 talvez seja um dos anos de "maior dificuldade no nosso País" e exaltou que, ainda assim, seu governo ampliou os recursos do Plano Safra e do Plano Safra de Agricultura Familiar em 20%.
A presidente voltou a reconhecer que o Brasil passa por dificuldades econômicas e sugeriu que o governo está cortando gastos por conta da crise financeira internacional iniciada em 2008. "Nos últimos seis anos, resistimos bravamente à crise internacional, enquanto outros países desempregavam. Mas a crise externa dura até agora e, a partir do ano passado, atinge mais profundamente os emergentes, como o Brasil e a China", disse.
Com isso, continuou Dilma, o governo teve de "olhar para o orçamento e apertar um pouco o cinto". "Mas apesar das reduções de despesas, e nós fizemos reduções, nós preservamos os programas sociais", declarou a presidente, mencionando algumas das medidas já adotadas pelo governo, como a extinção de oito ministérios e a redução de 10% no seu próprio salário e na remuneração dos ministros e do vice-presidente Michel Temer.
"Como se faz numa casa, ninguém que está apertando o cinto deixa os seus filhos desguarnecidos. Você aperta para proteger sua família. A mesma coisa faz um governo comprometido com o povo. Fizemos cortes, mas preservamos a alma do governo, como as políticas para agricultura familiar", disse.


Escolhas políticas

Dilma reforçou o discurso de comparação do governo dela e Lula - unidos em um período único de 13 anos - com governos anteriores. "Os governos se diferenciam e, se você olhar as escolhas políticas que os governos fazem, vocês vão ver se esses governos estão mais do lado do povo ou mais do lado daqueles que sempre tiveram tudo", disse no início de sua fala.
A estratégia segue os conselhos recentes dados pelo ex-presidente Lula para Dilma se aproximar do apoio social nesse momento de instabilidade política e de pressão por seu afastamento da Presidência. Na noite desta terça-feira, 13, Dilma fez o discurso mais enfático na defesa de seu mandato, chamou os pedidos de impeachment de "golpismo escancarado" e questionou quem teria reputação para atacar sua honra.

domingo, 19 de outubro de 2014

Brasileiros já pagaram R$ 1,3 trilhão em impostos no ano

 

O valor pago pelos brasileiros em impostos federais, estaduais e municipais desde o início do ano alcançou R$ 1,3 trilhão neste sábado (18), segundo o “Impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

O painel eletrônico que calcula a arrecadação em tempo real está instalado na sede da associação, na Rua Boa Vista, região central da capital paulista.

"Apesar do baixo crescimento da economia, a arrecadação tributária continua se sustentando – embora num ritmo mais lento do que nos anos anteriores. O grande problema é que as despesas caminham num ritmo mais rápido e os resultados das contas públicas têm sido decepcionantes", observa o presidente daACSP, Rogério Amato, em nota.

O total de impostos pagos pelos brasileiros também pode ser acompanhado pela internet, napágina do Impostômetro. Na ferramenta, criada em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), é possível acompanhar quanto o país, os estados e os municípios estão arrecadando em impostos.

Também se pode fazer comparações do que os governos poderiam fazer com o dinheiro arrecadado, como quantas cestas básicas se poderia fornecer e quantos postos de saúde poderiam ser construídos.

O Impostômetro encerrou o ano de 2013 com a marca recorde de R$ 1,7 trilhão.

sábado, 27 de setembro de 2014

EUA revisam alta do PIB no segundo trimestre para 4,6%

 

Na estimativa anterior, governo havia apontado alta de 4,2%.
No primeiro trimestre, o PIB norte-americano havia caído 2,1%.

 

PIB DOS ESTADOS UNIDOS

A economia dos Estados Unidos (EUA) cresceu mais do que o estimado no segundo trimestre deste ano. O Departamento do Comércio divulgou nesta sexta-feira (26) uma revisão para 4,6%, na taxa anualizada, ante os 4,2% anunciados em agosto. O crescimento é o maior desde o fim da crise econômica global, em 2009.

No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano havia caído 2,1%, também em taxas anuais.

Com a terceira estimativa para o segundo trimestre, o quadro geral de crescimento econômico permanece o mesmo, de acordo com o Departamento do Comércio. O desempenho do investimento fixo não residencial e das exportações foi melhor do que o estimado anteriormente.

"O aumento do PIB no segundo trimestre reflete as contribuições positivas de consumo pessoal, exportações, exports, investimentos e despesas do governo", disse o órgão, em nota.

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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Arrecadação soma R$ 94,3 bi em agosto com Refis, recorde para o mês

 

Arrecadação só do Refis, parcelamento do governo, somou R$ 7,13 bilhões.
Sem o programa, arrecadação teria registrado queda real de 2,43%.

 

A arrecadação de agosto do governo somou R$ 94,3 bilhões em agosto, novo recorde para este mês, segundo informações divulgadas pela Secretaria da Receita Federal nesta terça-feira (23). O valor foi impulsionado pelo pagamento, à vista e da primeira parcela, de contribuintes que participam do Refis da Copa — programa de parcelamento das dívidas com o governo lançado neste ano.

Frente a agosto do ano passado, a arrecadação registrou aumento real de 5,54%, informou o Fisco. Somente com o parcelamento de débitos em atraso, o governo arrecadou R$ 7,13 bilhões no mês passado. Considerando que em agosto de 2013 a arrecadação federal somou R$ 89,4 bilhões (valor corrigido pela inflação), os números mostram que, sem a receita do Refis da Copa, a arrecadação teria registrado queda real de 2,43% frente ao mesmo mês do ano passado e não teria sido recorde para meses de agosto.

Inicialmente, a Receita Federal estimou que a arrecadação de agosto do Refis da Copa somaria R$ 13 bilhões. Entretanto, posteriormente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que essa previsão estava "equivocada". O Fisco informou nesta terça que a previsão de ingresso de recursos do Refis neste ano não foi alterada. Deste modo, continua aguardando a entrada de R$ 18 bilhões em parcelamento em 2014, mas informou que o valor pode superar um pouco a estimativa — atingindo R$ 19 bilhões.

Desonerações em agosto
Segundo o governo, as reduções de tributos realizadas nos últimos anos tiveram impacto de R$ 8,38 bilhões na arrecadação de agosto deste ano. Para estimular o consumo, o governo tem feito desonerações (descontos ou isenções de impostos). Foi reduzida, por exemplo, a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros novos, móveis e eletrodomésticos da linha branca (como geladeiras e fogões). Medidas como essa também significam menor arrecadação federal.

Acumulado da arrecadação de janeiro a agosto
No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, ainda de acordo com dados oficiais, a arrecadação federal totalizou R$ 771,78 bilhões. O valor representa aumento real de 0,64% frente ao mesmo período do ano passado, batendo recorde para o período de janeiro a agosto.

Entretanto, esse recorde também só foi obtido por conta do Refis da Copa. Sem os valores arrecadados com o parcelamento (R$ 7,13 bilhões em agosto), a arrecadação teria registrado uma queda real de 0,27% nos oito primeiros meses de 2014.

A arrecadação tem sofrido impacto, neste ano, do fraco nível de atividade econômica, o que gera menos recolhimento de tributos. Segundo o Fisco, a produção industrial recuou 2,7% até agosto e as vendas de bens e serviços caíram 0,09%.

Além disso, as reduções de tributos também têm influenciado o resultado. Nos oito primeiros meses deste ano, a renúncia fiscal (recursos que deixaram de ser arrecadados) somou R$ 67,19 bilhões, contra R$ 49,1 bilhões no mesmo período de 2013.

Previsão para este ano
O secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, baixou novamente sua estimativa para o crescimento real da arrecadação em 2014. No início do ano, o Fisco estimava uma alta de 3,5% na arrecadação, valor que já havia recuado para 2%. Nesta terça-feira (22), ele informou que a previsão de crescimento real recuou novamente, agora para 1% de alta.

Além do nível de atividade, que vem sendo menor em 2014, Teixeira Nunes informou que também houve compensações maiores de tributos pelas empresas neste ano, além do recolhimento mais baixo de Imposto de Renda e CSLL de instituições financeiras. Outro fator que impactou para baixo a arrecadação é a retirada do PIS e da Cofins da base de cálculo do ICMS.

Arrecadação por tributos
A Receita Federal informou que o Imposto de Renda arrecadou R$ 208 bilhões de janeiro a agosto deste ano, com aumento real de 1,85% sobre o mesmo período de 2013.

No caso do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a arrecadação somou R$ 88 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, com queda real de 2,46%. Sobre o IR das pessoas físicas, o valor arrecadado totalizou R$ 20,6 bilhões até agosto deste ano, com aumento real de 2%. Já o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadou R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano, com alta real de 5,91% sobre o mesmo período de 2013.

Com relação ao Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), os números do Fisco mostram que o valor arrecadado somou R$ 32,96 bilhões no acumulado deste ano, com aumento real de 1,57% sobre igual período de 2013. Já o IPI-Outros somou R$ 13,97 bilhões neste ano, até agosto, com alta real de 4,72%.

No caso do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), houve uma queda real de 6,3%, para R$ 19,44 bilhões de janeiro a agosto deste ano. Neste caso, a arrecadação foi influenciada pela desaceleração no ritmo dos empréstimos bancários.

A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), por sua vez, arrecadou R$ 128,67 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, com queda real de 3,80%, enquanto a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) registrou arrecadação de R$ 46,9 bilhões até agosto deste ano, com recuo real de 0,12%.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

BC bloqueia R$ 117 milhões das contas bancárias de Eike Batista

 

Ao todo, o juiz federal da 3ª Vara Criminal determinou bloqueio de R$ 1,5 bi.
Ministério Público havia pedido também bloqueio de bens móveis e imóveis.

 

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O Banco Central bloqueou R$ 117.348.123,26 milhões das contas bancárias do empresário Eike Batista, informou a Justiça Federal do RJ, na tarde desta quarta-feira (17). A medida cautelar expedida pelo juiz federal Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal, determina o bloqueio de todos os ativos financeiros no país até o limite de R$ 1,5 bilhão - total dos prejuízos causados pelos crimes contra o mercado dos quais o executivo é acusado.

Eike é suspeito de utilizar informações privilegiadas para obter lucros no mercado financeiro de forma irregular. A determinação cumpre parcialmente o pedido feito na denúncia do Ministério Público, que solicitava também o bloqueio de bens móveis e imóveis do empresário.

O empresário recebeu o prazo de 15 dias para se manifestar. Procurado pelo G1, o advogado Raphael Mattos declarou "não saber" sobre o bloqueio da quantia. Afirmou no entanto, que foi informado de que Eike não tem o R$ 1,5 bilhão, mas que “não sabe como está a questão financeira” do executivo.

Os ativos financeiros incluem todo tipo de aplicação financeira, como ações, fundos de investimento, títulos de renda fixa, contas bancárias e caderneta de poupança. Já os bens móveis e imóveis, que não foram bloqueados pela Justiça na decisão desta terça, incluem bens como carros, imóveis, terrenos etc.

Segundo a decisão do juiz Flavio Roberto de Souza, a medida é uma precaução contra "caso o denunciado venha a se desfazer de quantias depositadas em suas contas correntes" e "decorrente da necessidade de se acautelar a pretensão da União ante o risco da dilapidação do patrimônio do acusado".

Denúncia acolhida
A Justiça Federal do RJ aceitou nesta terça denúncia do Ministério Público Federal contra Eike Batista por manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas. Segundo o MPF-RJ, o executivo teria se utilizado, por duas vezes, de informações relevantes – das quais teve acesso antes de serem divulgadas ao mercado – propiciando para si “vantagem indevida mediante a negociação, em nome próprio, com valores mobiliários”.

O processo foi recebido pelo juiz titular federal Flavio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (15). Se condenado, pode ter pena de até 13 anos de prisão e multa de até três vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime.

Eike nega denúncias
Segundo Raphael Mattos, "há um claro equívoco do MP em relação aos fatos e ao valor que menciona", de R$ 1,5 bilhão. O advogado diz que "não houve qualquer tipo de manipulação do mercado", acrescentando que "foram vendidas estritamente as ações que já estavam comprometidas, não há qualquer tipo de venda baseada em informações privilegiadas".

Ao G1, em 13 de setembro - quando ocorreu a denúncia do MPF - os advogados de defesa Raphael Mattos e Ary Bergher informaram que Eike negou as denúncias em depoimento à polícia. Eles declararam também que não foram recebidos pelo procurador federal, apesar de tentativas de apresentar os documentos para esclarecer o caso.

À época, Mattos disse que a medida do bloqueio de bens seria desproporcional. "É uma medida que nunca se cogitou porque é completamente desproporcional, completamente descabido. Ele não tem qualquer irregularidade", defendeu.

Manipulação de mercado
De acordo com o MPF/RJ, a manipulação de mercado teria simulado a injeção de US$ 1 bilhão em uma de suas empresas por meio de compra de ações da Óleo e Gás Participações S.A. (OGX), em outubro de 2010. O MPF considera que ele tentou alterar artificialmente o funcionamento da bolsa de valores.

De acordo com o MPF, “a má-fé e fraude na divulgação de contrato com cláusula que jamais seria cumprida revela que muito antes de sua divulgação, Eike já sabia que os campos de exploração Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia não teriam a prospecção anunciada que justificasse os altos preços das ações”.

A outra acusação aponta que o empresário chegou a lucrar mais de $ 260 milhões com a venda de ações da OGX por meio de informações privilegiadas, que não foram divulgadas ao mercado.

“Entre 24 de maio e 10 de junho de 2013, Eike usou informações privilegiadas para gerar lucro indevido na ordem de R$ 125 milhões. Já entre 28 de agosto e 3 de setembro do ano passado e entre 27 de agosto e 2 de setembro, novamente, com informações privilegiadas, Eike obteve lucro de R$ 111 milhões com a venda de ações da OGX, em uma conjuntura favorável aos negócios realizados pelo denunciado, em desigualdade de condições aos demais investidores”, informou o MPF.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Mercado reduz pela 10ª vez seguida previsão de alta do PIB de 2014

 

Expectativa para o crescimento da economia recua de 0,90% para 0,86%.
Previsão para o IPCA deste ano, por sua vez, cai de 6,41% para 6,39%.

 

Pela décima semana seguida, os economistas do mercado financeiro reduziram as estimativas para o crescimento da economia brasileira este ano. A previsão, agora, é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 0,86% – na semana anterior, a alta prevista era de 0,9%. Para 2015, a previsão do mercado para a alta do PIB ficou estável, em 1,5%.

Os economistas também reduziram, na semana passada, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014. Os dados são do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, resultado de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

PIB e juros
Para conter a inflação, o BC subiu os juros entre abril do ano passado e maio deste ano, influenciando também o ritmo de atividade. Com taxas maiores, há redução do crédito e do dinheiro em circulação, assim como do número de pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços caiam ou parem de subir.

No fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia do país cresceu 0,2% nos três primeiros meses de 2014, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.

A expansão do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro, de 0,90%, continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 1,8%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central no fim de junho, de alta de 1,6%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.

Inflação
O mercado financeiro também previu menos inflação para este ano. Os economistas dos bancos reduziram de 6,41% para 6,39% sua previsão de 2014 para o IPCA – considerado a inflação oficial do país e calculado pelo IBGE. Foi a terceira queda seguida do indicador.

Com isso, o valor se distanciou um pouco mais do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa dos economistas dos bancos para o IPCA, porém, subiu de 6,21% para 6,24% – na terceira elevação consecutiva.

Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Taxa de juros
A previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, por sua vez, foi mantida em 11% ao ano até o fechamento de 2014. Em julho, o BC manteve a taxa estável neste patamar pelo segundo encontro seguido do Comitê de Política Monetária (
Copom). Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 ficou estável em R$ 2,35 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio permaneceu em R$ 2,50 por dólar.

A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 permaneceu em US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 9,4 bilhões para US$ 8,5 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou estável em US$ 55 bilhões.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

BC altera regras de risco de crédito e libera mais recursos para os bancos

 

Bancos terão mais R$ 45 bilhões para emprestar a pessoas e empresas.
Objetivo é estimular o crescimento da economia.

 

Com o ritmo lento da economia do país, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (25) medidas que aumentam a capacidade dos bancos de oferecer empréstimos para pessoas e empresas. A intenção é estimular o crescimento com maior oferta de crédito.

Uma das ações altera regras dos depósitos compulsórios das instituições financeiras, reduzindo valores que elas têm de manter no próprio BC. Assim, mais de R$ 30 bilhões devem ser liberados para empréstimos às famílias e empresas.

Outra mudança está nos critérios para a reserva que os bancos devem ter caso tomem calote de quem recebeu os empréstimos. Com menor "estoque" de segurança, chamado de requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo, o BC informou que há um "potencial reflexo na economia" de mais R$ 15 bilhões em recursos.

Ao todo, portanto, as duas medidas anunciadas nesta sexta-feira têm impacto de R$ 45 bilhões – que poderão ser utilizados no aumento do crédito para as famílias e empresas.

"Vamos ver como esses R$ 15 bilhões vão ser alocados na economia. Não somos adivinhos. O banco vai verificar onde tem demanda. Ele não tem mais de reservar parte do capital dos empréstimos. Cada banco tem um perfil. A alocação do capital adequado na economia que tende a ter impacto no crédito como um todo. Mas a possibilidade de uso do recurso é imediata", declarou o chefe do Departamento de Normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos.

Economia 'patinando'
O anúncio do governo ocorre em momento de baixo crescimento da economia, prejudicado pela
alta da inflação e pelo aumento da taxa básica de juros da economia (a Selic), de 7,25% para 11% ao ano entre abril de 2013 e maio deste ano, além da baixa confiança das famílias e empresas.

O próprio governo admitiu oficialmente que, neste ano, haverá desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas feitas no país. A previsão de alta caiu de 2,5% para 1,8%. O mercado financeiro está mais pessimista e diz que o crescimento não vai passar de 1%.

As novas medidas devem contribuir para estimular os empréstimos dos bancos, que vêm registrando desaceleração nos últimos anos. No fim do mês passado, o BC baixou de 13% para 12% sua previsão de aumento do crédito ofertado pelos bancos em 2014. No ano passado, os empréstimos dos bancos avançaram 14,6%. Em 2010, o crescimento foi de 20,6%, passando para 18,8% de expansão no ano seguinte e para 16,4% em 2012.

A desaceleração do crédito tem sido criticada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos últimos meses. Recentemente, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ministro voltou a declarar que há escassez de crédito para o consumo no Brasil. No ano passado, chegou a dizer que a economia brasileira crescia com "duas pernas mancas" – em alusão à falta de crédito e à crise financeira internacional.

Repercussão
A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) elogiou a atitude do BC. “As medidas vão melhorar a liquidez [circulação de dinheiro] na economia e, consequentemente, impactarão positivamente em todo o sistema financeiro”, disse Érico Ferreira, presidente da instituição, em nota.

Para a associação, a medida sobre depósitos compulsórios deve estimular novas operações de crédito e compra de carteiras diversificadas (vários tipos de investimentos), além de melhorar a distribuição da liquidez na economia.
Mudanças no compulsório
De 2009 até agora, a soma dos depósitos compulsórios subiu de R$ 194 bilhões para R$ 405 bilhões. Apenas nos últimos 12 meses, esses recursos cresceram R$ 50 bilhões. Como ficava "guardado" no BC, eles não poderiam ser emprestados pelos bancos em operações de crédito – e não ajudariam a "girar" a economia.

O aumento da taxa básica de juros da economia (a Selic) é um fator que, teoricamente, contribui para subir esses valores. Há três tipos de depósitos compulsórios: recursos à vista, recursos a prazo (que rendem conforme a Selic) e depósitos de poupança (que rendem conforme a taxa paga pelos bancos aos poupadores). Portanto, a alta dos juros básicos faz com que os bancos tenham uma remuneração mais alta com os compulsórios, sem assumir os riscos próprios dos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.

O BC explicou que liberou mais recursos para o mercado considerando a "recente moderação na concessão do crédito; a inadimplência em patamares relativamente baixos; e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional".

A instituição passou a permitir que até 50% do recolhimento compulsório relativo a depósito a prazo, dos bancos, sejam cumpridos com operações de crédito.

"Assim, pelo prazo de um ano, 50% dos valores recolhidos poderão ser utilizados na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas) geradas por instituições elegíveis", informou o Banco Central.

Além disso, também foi ampliado o "rol" de instituições financeiras que podem usar até 20% dos recursos sobre depósitos à vista para crédito, de 58 para 134. Eles poderão ir para empréstimos do PSI, programa do governo para estimular os investimentos das empresas.